terça-feira, 4 de junho de 2013

Transmutação do visível em símbolo

 
Compreensão simbólica: transmutação do visível em símbolo: resulta difícil compreender as palavras de Corbin se não somos capazes de discernir claramente o que é um símbolo. Para uma cultura secularizada como a nossa, na qual a APROXIMAÇÃO AO MISTÉRIO - para usar uma feliz terminologia de Eugênio Trias - caiu no esquecimento, o conceito ''SÍMBOLO'' dificilmente preservará seu genuíno caráter transcendente, em função da qual a imagem simbólica significa propriamente uma passagem entre os mundos; a erupção, no mundo do dia a dia, de uma MISTERIOFANIA


  • O islamólogo francês, plenamente consciente destas dificuldades, procura preservar desde o princípio esta especificidade do símbolo:

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    Devemos voltar aqui á distinção, que consideramos fundamental, entre alegoria e símbolo: a primeira é uma operação racional que não envolve a passagem á outro plano do ser nem á outro estado de consciência; é a figuração, em um mesmo nível de consciência, do que poderia perfeitamente ser conhecido de outra forma. O símbolo propõe um plano de consciência que não é o da evidência racional; é a ''cifra-código'' de um MISTÉRIO, o único meio de se expressar algo que não pode ser apreendido de outra forma; o símbolo nunca é ''explicado'' de uma vez por todas, porque deve ser continuamente decifrado, o mesmo que sucede á uma partitura musical, que nunca é decifrada para sempre, mas que sugere uma execução sempre nova.
     


     

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