sexta-feira, 19 de julho de 2013

RETOMADA DE ABULAFIA


 
Abraham Abulafia foi um cabalista espanhol, nascido em Zaragoza (1240-1291) que viveu em Tudela e viajou pela Terra Santa em 1260. Logo se instalou na Itália a partir de onde viajou á Barcelona e á Grécia em 1271 y 1273, respectivamente. Em 1280 foi á Roma com o objetivo de converter ao judaísmo o papa Nicolás III. Na Sicília anunciou a chegada do Messias para o ano 1290. Entre outras obras escreveu um comentário á Guia de perplexos de Maimónides.
A partir de1258 Abulafia visita o Oriente, Grécia e Itália. É influenciado por Baruch Togarmi, que escreveu uma ''Chave da Cabala'' ao Séfer Ietzirá. Desde 1270 de volta á Espanha, sofre em Barcelona sua primeira experiência de êxtase profético.


Nos países mediterrâneos Abulafia se apresentou como o Messias; afirmava que a esperança mesiânica dos judeus havia se cumprido com ele mesmo. Intentou em 1281 converter ao judaísmo o papa Nicolás III. No entanto, este morreu na noite anterior antes da chegada de Abulafia. Abulafia logra a duras penas escapar da fogueira e é liberado em 28 dias no colégio dos fransciscanos.
Seus últimos anos passou viajando pela Itália e desde 1291 se perde seu rastro. Provavelmente morreu em Barcelona 1292.
Abulafia recompilou 26 escritos teóricos, dos quais se conservam vários, e 22 obras proféticas, das quais se conservou apenas o "Sefer ha'Oth".
Abulafia defendia que o homem em estado de êxtase tem acesso ao seu ser profundo nas regiões superiores da mente de Deus. Queria popularizar um método de conhecimento místico chamado ''CAMINHO DAS IDÉIAS''. Essa disciplina o completava o 'CAMINHO DO SEFIROTH''. Seus ensinamentos mostram paralelismo com a yoga e o tantra.

Entre seus discípulos está Josef Gikatilla.



Anécdota
 
No livro ''Y SEREIS COMO DEUSES'' Erich Fromm diz que ''em 1284 Abraham Abulafia, de Tudela, anunciou sua pretensão de ser o Messias e que o ano de 1290 seria o de sua aparição messiânica. Mas uma carta escrita por uma das autoridades rabínicas da Espanha, o Rabí Salomão Ben Adret, fez com que seu plano fosse por água abaixo quase que imediatamente. Abulafia, no entanto, seguiu intrépido no caminho da anarquia (Paidós, 1960, p. 129).
 
Post Scriptum
Já insistimos muito em ABULAFIA como um pai apócrifo do Dadaísmo e do Surrealismo, e como ele é também paradigma total para apreciação da operatividade de rememorização, invocação, encantamento. ABULAFIA transborda em precisões que podem confirmar, completar, aprofundar nossas práticas e teorias, sejam estas de algum esoterismo semítico ou ário, estetosofia ou metaestética...
 
..Post Scriptum

Concentra todos seus pensamentos em imaginar o NOME, bendito seja, e com ele, os anjos celestiais. Y visualizados em seu coração como se fossem seres humanos que estão ao seu redor, sentados ou em pé. Y você está entre eles como um mensageiro... Y quando haja imaginado tudo isso inteiramente, dispões sua mente y seu coração para compreender os pensamentos subliminares que te vão ser enviados por meio das letras do NOME que tiver surgido em seu coração y peça que venha junto o poder de enfrentar intacto uma batalha campal contra a opressão política e a degradação policialesca do Estado.
A isto se junta ainda outro método que Abulafia denomina ''dillug'' ou 'kéfitsá'', e que podemos traduzir como o salto + de um conceito ao outro. Trata-se de servir-se de associações e passar de uma á outra segundo certas regras estabelecidas intra-psiquicamente através da auto-hipnose: cada salto abre uma nova esfera, no interior da qual o espírito pode estabelecer novas e insuspeitadas associações. Nas palavras de Abulafia, este salto+ nos libera da prisão da esfera da
NATUREZA e nos eleva aos limites da esfera CELESTIAL
(produz o que Marcel Proust chamava de um ''minuto liberado do tempo'' ou hendidura, fenda, punto de velamen, poros de origem, por assim dizer, órfica
nas paredes da realidade superficial)
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